Para Luiz Felipe Pondé
Meretriz de longa crina, a treva penteada descendo pelas
espáduas
A túnica colorida de aurora moldada ao volume dos seios
Longa seda como véu cobrindo a face
Todo o fulgor da auréola emanando Morte
Crianças brincam com um AK-47 na favela,
todas
gritando vosso nome
Velhos costuram a boca de um professor ranzinza
Pancadões orquestram o ritmo da lobotomia
Não há asilo para mulheres fúteis, poetas místicos &
sacerdotes arrogantes
A deusa quer as vozes equalizadas, nada dissonante ou
disforme
O Caos é Moema
A Virtude mora no subúrbio
Eu vi raios de sol fuzilando jovens
Mãos justas estrangularam Jesus
Nada é mais puro que a Senhora das Medidas
Sua
vagina recebe Barrabás ensanguentado pela luta
Mulher, eu sei que tens um preço, eis esse holocausto,
abraça-me!
Um século de amor contigo & já não há uma mancha na
moral do mundo
Vosso é o reino da Pureza
Vosso é o poder da Vida
Vossa é a glória da Razão
Nem o Pai poderia contra vossa força
Iluminais o cosmos cegando todos os que vos indignam
A fogueira para eles
O paredão para eles
O cadafalso para eles
A guilhotina para eles
Em busca do homem perfeito
sacrificarás a Humanidade, vadia
Manifesto contra
a
vida no formigueiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário